Por Filipe Andrade
A Assessoria de Imprensa no Brasil mudou. Hoje, a convergência midiática (fenômeno que altera a relação entre as tecnologias da informação e comunicação e seus conteúdos) talvez seja a maior responsável por essa mudança, o que exige dos profissionais habilidade de se adequar e atuar em um mercado cada vez mais multimídia.
A comunicação, de forma geral, tem se tornado cada vez mais sem barreiras, com a democratização dos canais de comunicação, especialmente com a ascensão das redes sociais na internet. E isso exigiu da Assessoria de Imprensa uma reconfiguração, inserindo-a agora, de forma mais concreta, como mais uma atividade dentro da comunicação. Desta forma, a figura do assessor de imprensa se torna mais abrangente, tornando-o um profissional de comunicação.
Nesse conjunto, tem-se algumas alternativas e atividades que são traços dessas mudanças:
– A Assessoria de Imprensa não lida apenas com veículos noticiosos de grande alcance. Blogs especializados devem entrar na conta e possuem uma grande importância no processo de produção das informações;
– As redações estão cada vez mais enxutas e o repórter tem ganhado um papel de multimídia. Isso exige mais do assessor de imprensa. Aquele que enviar a sugestão de pauta com mais informações, de forma mais rápida, mais completa e, de preferência, explorando a comunicação multimídia, tem muito mais chance de conquistar espaço;
– O relacionamento entre assessor de imprensa e repórter não se limita apenas ao envio de releases. Hoje são comuns grupos no whatsapp e contatos via redes sociais para compartilhamento de informações. O Twitter, por exemplo, ganha uma nova função nesse processo, no compartilhamento de informações rápidas e conteúdos mais objetivos;
– O uso de recursos audiovisuais ganha ainda mais força. Segundo pesquisa do YouTube, em 2019, 80% do tráfego de internet será apenas de vídeos, 50% deles acessados através de smartphones. Tem-se, com isso, o fortalecimento dos vídeo releases, ferramenta ainda pouco explorada, mas com enorme potencial;
– O contexto de mudanças (redações mais enxutas, fluxo ainda mais rápido de informações) exige ainda mais das empresas o papel de produtoras de conteúdo. Os releases (em diferentes formatos e plataformas) mantém sua força nesse processo;
– Os chamados coletivos de mídia ganham ainda mais espaço e devem ser considerados como importante meio de veiculação de informações;
– Apesar do enorme peso que a mídia tradicional ainda exerce, os mecanismos de busca na internet são os tipos de mídia mais confiáveis, seguidos pela TV, pelas mídias sociais e por jornais, revistas e blogs, segundo pesquisa do Instituto Edelman, que entrevistou 33 mil pessoas em 28 países, publicado em 2016;
– Ainda assim, a grande mídia (os veículos noticiosos tradicionais) continua sendo a grande validadora dos conteúdos noticiosos.
Ou seja, é necessário estar atento às mudanças, se preparar e modernizar para as diferentes atribuições exigidas do assessor de imprensa, mas sem esquecer-se do tradicional e óbvio: a Assessoria de Imprensa cuida das relações entre imprensa e organização. São (e continuarão sendo) imprescindíveis uma à outra.