Por Rodrigo Freitas
Não é de hoje que pessoas e organizações esforçam-se vigorosamente para construir uma imagem positiva perante seus pares e públicos. Ter uma boa reputação é um sonho que remonta séculos.
Apesar de ter sido um dos grandes perseguidores dos judeus, entre os anos 1226 a 1270 (Idade Média), o Rei Luís 9º da França, era visto com ‘bons olhos’ por seu povo, tanto que ele foi canonizado. Na época, seguindo os preceitos da Igreja, o governante proibiu o nepotismo, os duelos, os jogos de azar, a prostituição e a blasfêmia.
Entre os anos 551-479 a.C., o filósofo e educador chinês Confúcio lecionava aulas a céu aberto. Seu objetivo era formar ‘homens de bem’, que ajudariam a construir um Estado ideal – o comportamento do filósofo, ressoa até hoje, impactando em sua reputação. Não é à toa que uma de suas expressões, popularizou-se e é usada em nossos dias. Quem nunca ouviu ou pronunciou a frase “Uma imagem vale mais que mil palavras”?
Mas como a construção da imagem pode ser benéfica para uma marca, produto ou organização? Quais são as estratégias e ferramentas para estatar uma comunicação que impacte nos negócios e ao mesmo tempo proteja a imagem e consequentemente a reputação?
Nascida no início do século 20, a assessoria imprensa teve como um dos percussores o jornalista Ivy Lee. O jornalista foi um profissional visionário que assinou contrato com o milionário John D. Rockefeller Jr para melhorar a sua imagem e de suas empresas. A assessoria de imprensa mudou completamente a forma das empresas de se posicionarem frente aos seus públicos. Embora exista há muitos anos, em pleno século 21 o serviço continua sendo estratégico para construção de imagem e consolidação da reputação empresarial.
O relacionamento constante com os órgãos de comunicação fortalece a imagem da uma marca, produto ou empresa. Além tornar o assessorado e suas iniciativas conhecidas aos formadores de opinião que cobrem e disseminam informações sobre o mercado e temas em potencial do universo do cliente, o trato contínuo é essencial, pois facilita o diálogo entre as partes em momentos de crises de imagem, permitindo uma apuração mais detalhada dos fatos.
Além disso, por meio de publicações espontâneas em matérias publicadas ou veiculadas na grande imprensa (rádio, tv, jornal, revistas e internet) e na mídia especializada (trade), o assessorado ganha notoriedade. De acordo com o professor e escritor Philip Kotler, “Não consumimos produtos, mas sim a imagem que temos deles”, ou seja, as aparições em veículos de comunicação tornam o assessorado e suas iniciativas visíveis aos seus públicos-alvo, impactando diretamente em seus negócios. Uma boa presença na mídia fortalece a imagem da organização, tornando-a referência em seu segmento.
Saindo do tradicional
Com o avanço do mercado digital e o advento das novas mídias, endossados principalmente pelas redes sociais, a preocupação redobrou. As novas mídias mudaram completamente a recepção, o alcance e a disseminação dos conteúdos, impactando diretamente na percepção da imagem e reputação das organizações.
Para se ter uma ideia, segundo o último relatório da Digital in 2018, divulgado pelos serviços online Hootsuite e We Are Social, atualmente mais de 4 bilhões de pessoas estão conectadas à internet, e cerca de 3,2 bilhões de pessoas (42% de todo o mundo) usam as redes sociais. Ainda, de acordo com ranking Alexa (o analytics da Amazon), um dos principais indicadores de acessos do mundo, em 2016 o site de reclamações, Reclame Aqui era o 18º site brasileiro mais acessado. Hoje, independente do ramo de atividade da empresa e/ou corporação é fundamental ter um olhar apurado para o digital.
Nesse quesito, além da realização de um trabalho de uma assessoria de imprensa tradicional, com elaboração de um planejamento de ações e pautas; envio de press releases; sugestões de pautas; notas e artigos aos jornalistas; realização de folow up (venda do conteúdo), exclusivo ou não; se faz necessário a adoção de novas técnicas como relacionamento com influenciadores digitais; proposição de ativações no ambiente online; envio de releases digitais (com vídeos, áudios, galerias de fotos, links e outros materiais complementares). Caso não queiram perder espaço e se envolver em crises de imagem, que consequentemente pode macular a reputação, as marcas, produtos e organizações devem ficar atentas para o momento, que exige cautela e estratégia.