Por que empresas devem buscar profissionais neurodivergentes

Por Leuni Denoni

Você já ouviu o termo “neurodivergente”?

Como dissemos anteriormente, setembro – conhecido como setembro amarelo – é o mês de prevenção ao suicídio e da disseminação de informações sobre saúde mental.

No entanto, essas discussões não devem se manter somente em um mês, mas sim serem práticas recorrentes. Dentre tais práticas, está a contratação de profissionais neurodivergentes e a garantia de ambientes seguros e acolhedores para os mesmos.

O que é neurodivergência?

“Neurodivergência” e “neurodiversidade” são termos que buscam salientar que a ‘conexão neurológica’ atípica/neurodivergente se trata de uma diferença humana que deve ser respeitada como qualquer outra, sendo parte de identidade do indivíduo.

Diferente dos “neurotípicos” que possuem neurodesenvolvimento considerado regular, os “neurodivergentes” têm desenvolvimento ou funcionamento neurológico diferente do padrão que a sociedade em geral espera.

O termo neurodiversidade foi inaugurado em 1999 por Judy Singer, socióloga australiana, diagnosticada com Síndrome de Asperger. Hoje, o termo neurodiversidade parece ainda estar “ganhando corpo”, sendo um termo relativamente novo e desconhecido por muitos.

No entanto, ele vem sendo utilizado amplamente com referência à diversidade do funcionamento neurocognitivo e como a construção de um movimento que busca desconstruir a ideia de que pessoas com funcionamento neurocognitivo diferente são doentes ou possuem transtornos.

O que está incluso na neurodiversidade

Neurodiversidade é termo guarda-chuva que abrange pessoas com condições atípicas de funcionamento neurológico, incluindo:

  • Transtorno do Espectro Autista (TEA);
  • Dislexia e dispraxia;
  • Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH);
  • Síndrome de Tourette;
  • Transtorno Bipolar;
  • Esquizofrenia;
  • Dificuldades intelectuais;
  • Entre outros.

A barreira do preconceito com neurodivergentes

Segundo pesquisa realizada pela Cranfield University, do Reino Unido, pessoas divergentes temem ingressar em ambientes de trabalho porque sabem que vão sofrer alguma discriminação, mesmo que velada. Isso revela que apesar de ser uma boa adição ao time, a neurodiversidade ainda é vista como algo que atrapalha, muitas vezes resultando em bullying e marginalização de indivíduos.

Ou seja, encarar as neurodivergências como doenças incentiva o estigma e o preconceito, mas vê-los como uma característica promove a inclusão. Isso não significa que uma pessoa com uma condição neurodivergente não deve buscar ajuda de um profissional e nem realizar terapias.

Pelo contrário, é importante entender a condição do seu funcionamento neurológico para poder monitorar como se comporta e quais ambientes e hábitos são ideais para si.

Os benefícios da neurodiversidade no ambiente de trabalho 

Uma pessoa neurodivergente pode ser mais criativa e focada do que uma pessoa neuroatípica, porém, o estigma em cima da condição ainda é responsável por fazer com que empresas enxerguem os pontos fracos da neurodiversidade, e não os fortes.

Contudo, nos últimos anos, muito tem se estudado sobre modelos que apoiem as pessoas neurodivergentes em relação à inclusão e à promoção da cidadania, entendendo como estes podem contribuir com ideias inovadoras no ambiente em que estão inseridos.
Segundo pesquisas, ter pessoas neurodivergentes nas equipes melhora o ambiente e as condições de trabalho para todos. Para Robert D. Austin, professor da Ivey Business School, do Canadá, casos de neurodivergência ajudam a inovar no local de trabalho.

Como eles um modelo cognitivo diferente, absorvem as informações, pensam em soluções e usam a criatividade de um modo também distinto. Logo, podem trazer ideias e soluções que os neurotípicos ainda não tiveram, pois suas visões de mundo são diferentes, sugerindo ideias e perspectivas distintas para solucionar problemas.

Por que ter uma empresa diversa?

Em um ambiente de trabalho no qual se respeita as diferenças, automaticamente há redução nos conflitos e maior engajamento dos colaboradores. De acordo com uma pesquisa da Harvard Business, os conflitos são reduzidos em até 50% em relação às organizações que não investem em diversidade, podendo também diminuir o turnover e melhorando o acolhimento e segurança dos colaboradores.

Valorizando as diferenças, há melhorias no clima organizacional, os colaboradores ficam mais criativos e liberam seus potenciais. Ainda segundo a pesquisa da Harvard Business, empresas nas quais o ambiente de diversidade é reconhecido, os funcionários estão 17% mais engajados e dispostos a irem além das suas responsabilidades.

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