Por Marcelo Laguna

Poucos eventos esportivos conseguem reunir imagens tão espetaculares quanto os Jogos Olímpicos de Inverno. A competição, cuja edição de 2022 acontece em Pequim, na China, até o dia 20 de fevereiro, encanta ao mostrar as lindas paisagens emolduradas pela neve ou nos ginásios cobertos de gelo, recebendo inúmeras provas.

Porém, mesmo diante da grandeza de um “cliente” como a Olimpíada, às vezes é preciso furar a bolha e levar a mensagem e os valores deste “cliente” para um público que não o conhece tão bem.

Entram em quadra as estratégias de relacionamento!

É inegável que, para a realidade brasileira, os Jogos de Inverno ainda se enquadram nesta condição de um evento um tanto misterioso. No país tropical por natureza, a maioria dos brasileiros mal conhece as competições de inverno, essa é a realidade. Sem espaço na TV aberta então, a situação fica ainda mais complicada.

Daí a importância no trabalho da assessoria de imprensa em ajudar a popularizar modalidades como snownboard, esqui cross-country, bobsled, curling ou skeleton, para citar apenas algumas das modalidades.

Nos meses que antecederam os Jogos de Pequim, entidades como a CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo), CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) e o COB (Comitê Olímpico do Brasil) se preocuparam em dar aos jornalistas especializados todas as informações possíveis para a produção de conteúdo nas mais variadas plataformas.

Para isso, realizaram coletivas de imprensa (atualmente ainda no formato virtual, em razão da pandemia da Covid-19), entrevistas individuais dos destaques da equipe brasileira que viajou para a China, ou mesmo a realização de eventos de relacionamento para jornalistas e influenciadores.

E isso é tudo para os Jogos?

Só que o trabalho ainda estava longe de acabar. Como forma de auxiliar na cobertura da imprensa, as assessorias preparam guias sobre os Jogos de Pequim, com informações completas da delegação do Brasil, resultados de participações anteriores, horários de competições e os locais onde seriam realizadas.

Já com o evento em andamento, as assessorias foram fundamentais fornecendo informações atualizadas sobre a equipe brasileira e auxiliando na realização de entrevistas na China, para os enviados especiais dos veículos de mídia credenciados.

Além de auxiliar na cobertura jornalística, as assessorias de imprensa especializadas também tiveram como tarefa ao longo da Olimpíada criar seus próprios conteúdos, abastecendo com notícias do dia a dia dos brasileiros em seus sites ou por meio de seus canais digitais, estratégia fundamental para a divulgação de um cliente.

Interessante notar que a necessidade de “popularizar” um produto para um público ainda pouco familiarizado, como ainda é o caso dos Jogos de Inverno em relação ao Brasil, não passou batido até mesmo da principal entidade do esporte olímpico. Para a edição de Pequim-2022, o COI (Comitê Olímpico Internacional) criou uma página em português do evento, coisa que só havia ocorrido quando da edição dos Jogos de Verão realizada no Rio de Janeiro, em 2016.

Outra novidade que também ajuda no trabalho de popularizar a modalidade é que para a edição deste ano, o COI viabilizou os sinais de transmissão (em inglês) das competições em links do YouTube, de forma gratuita. Ou seja, permitindo que aqueles sem acesso aos canais com direitos de transmissão pudessem acompanhar as emoções das principais disputadas dia a dia.

Ao final da Olimpíada de Pequim 2022, os esportes de inverno certamente não estarão mais populares aqui no Brasil, isso é fato. Contudo, o brasileiro que adora esportes foi sem dúvida mais impactado a respeito das modalidades do gelo e da neve graças ao trabalho de assessorias de imprensa especializadas e uma estratégia de marketing global interessante do organizador do evento.

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