Por Carlos Massarico
É muito comum que ainda hoje as pessoas ainda não compreendam muito bem como se dá o trabalho de um assessor de imprensa. Geralmente quando alguém procura por um serviço desta natureza, seja para um atendimento pessoal, seja para representar a área de comunicação interna e externa de uma empresa, raramente conhece bem este mercado ou mesmo como se dá o relacionamento com os jornalistas.
Acontece que compreender este trabalho de fato não é uma tarefa tão simples – ainda mais hoje, diante de tantas tendências que têm transformado a atuação de assessores de imprensa. Aliás, o trabalho das assessorias de imprensa ainda hoje é compreendido de uma forma muito minimalista:
1) A produção de mailings, para destacar as mídias de interesse;
2) A elaboração de press releases, para apresentar informações a jornalistas;
3) A realização de follow-ups, para garantir de que as pautas chegaram nas redações;
4) A elaboração de clippings, para calcular os resultados do trabalho.
Hoje em dia as coisas são muito diferentes. Com a ascensão das redes sociais, veículos de comunicação na internet e influenciadores digitais, as assessorias de imprensa estão em processo de transformação para agências de comunicação. Porém, o que muda com esta nova nomenclatura? Por incrível que pareça, muda muita coisa sim.
A prática de fazer divulgações sem um objetivo traçado ou um vínculo com algum tipo de resultado esperado já é uma prática condenada na área. Isso porque a produção de releases “descartáveis” apenas para cumprir tabela é uma perda de tempo e de esforços. Contudo, isso não significa que a comunicação não deve mais ser feita.
Hoje deve se ter uma preocupação muito grande com o planejamento, as estratégias e os objetivos de qualquer tipo de divulgação, seja para a imprensa ou não. Este olhar mais cirúrgico e estratégico tem sido muito valorizado pelo mercado no processo de decisão de uma agência, pois mostra quem está mais antenado na comunicação do futuro.
Mais do que nunca antes, a assessoria de imprensa é considerada um verdadeiro braço dos negócios, que deve ser trabalhada de forma a fortalecer os objetivos e metas de seus clientes. Se uma empresa deseja que sua comunicação alcance muitos consumidores, o trabalho de divulgação será diferente do feito a uma pessoa que almeja transmitir sua mensagem a grupos ou nichos mais específicos.
Outra tendência recente da área de comunicação é a de que já não deve mais haver uma hierarquia entre os diferentes setores e abordagens de uma divulgação: a assessoria de imprensa, o departamento de Marketing, a agência de publicidade e as outras equipes que abrangem a comunicação como um todo, devem estar alinhados horizontalmente e não verticalmente.
Esta abordagem top-down, isto é, de cima pra baixo, acaba por “matar” o potencial de sucesso que cada uma destas áreas da comunicação possuem. Assessores e profissionais de Relações Públicas geralmente conhecem melhor as demandas e necessidades do dia a dia de um jornalista, assim como os veículos para os quais estes jornalistas escrevem. Por isso uma política de trabalho bottom-up, ou de baixo para cima, promove resultados mais diretos e interessantes a um negócio.
Portanto, a assessoria de imprensa como foi conhecida lá no início dos anos 2000, é um conceito do passado. Apesar de ter sim sido bem sucedida para a comunicação daquela época, já não é mais para a de hoje. Em um mundo cada vez mais dinâmico, é preciso entender e trabalhar a comunicação de forma global – todos ganham com isso.