Por Daniele Candido

O conceito de sociedade em rede não é mais uma novidade em nossas vidas. A maneira como nos comunicamos está totalmente associada ao nível de conectividade, permitido pelo progresso tecnológico dos últimos anos. Dentro desse cenário, vimos nascer o “casamento” entre publicidade e entretenimento, o que levou o mercado da comunicação a uma nova lógica de atuação transmídia, que obrigou as empresas a começarem a contar suas próprias histórias.

A partir dessa complexa necessidade de construir boas narrativas, capazes de captar e encantar suas audiências, e da diversidade de canais, que acabou pulverizando a atenção de seus públicos, as marcas e seus respectivos criadores de conteúdo precisaram lançar mão de novos recursos.

É nesse novo contexto que a comunicação corporativa das empresas como um todo passa a integrar o conceito de storytelling transmídia dentro de suas estratégias para buscar formas de gerar maior conexão com as pessoas e, especialmente, com seu público-alvo.

Afinal de contas, o que é transmídia?

Para ser considerado um conteúdo transmídia, pressupõe-se que cada mídia terá uma função, ou seja, a narrativa transmídia é uma história que se desenrola em diversas plataformas e formatos, cada uma delas explorando sua própria linguagem para acrescentar elementos exclusivos ao conjunto da narrativa. Essa solução faz com que a história continue se propagando – ou seja, ela acaba numa plataforma, mas continua em outra.

Isso permite com que a conversa social se estenda e atinja diversos nichos. O apelo da narrativa transmídia é justamente esse, proporcionar, a públicos diferentes, maneiras distintas de viver histórias para além do que foi apresentado inicialmente.

Um exemplo prático dessa narrativa horizontal é quando um livro vira um filme, e depois ganha força com a ajuda do público e se desenrola de várias formas, rendendo spinoffs, virando videogame ou até mesmo fanfics, mais conhecido como histórias criadas por fãs inspiradas em ficções já existentes. De Matrix a Harry Potter, exemplos de franquias do cinema e da literatura que renderam muitas outras histórias não faltam.

As narrativas transmídia dentro da comunicação empresarial

No mundo corporativo também não faltam exemplos de como as marcas estão utilizando seus diversos canais de interação com o público para iniciar conversas e criar narrativas que se estendem de diversas formas. É comum ver a publicidade tradicional acompanhada de um incentivo para o público conhecer mais sobre uma história nas mídias sociais da marca, isso porque o conteúdo transmídia tem, portanto, a função de envolver o usuário, de estimular sua interação e proporcionar conexão emocional.

Essa interação se mostra necessária no mundo de hoje pois, mais do que comprar um produto ou adquirir um determinado serviço, os consumidores querem se relacionar e se conectar emocionalmente com as marcas. As pessoas querem ver histórias e se sentirem parte de algo maior, que as inspirem ou as representem de alguma forma.

E para que isso aconteça de maneira satisfatória, o consumidor precisar fazer parte da conversa, e dessa forma ser capaz de viver uma experiência completa de interação e colaboração. Assim, o mercado enxerga essa necessidade de contar histórias e criar narrativas que conecte pessoas tão fortemente, como elas se sentem quando assistem a um filme, de forma orgânica e sedutora.

É nesse cenário que o conceito de transmedia storytelling se fortalece e se torna um ponto a ser explorado pelas marcas, não só na maneira como as histórias são contadas, mas também como elas são distribuídas, de forma integrada e inteligente, nos diversos canais agora disponíveis para serem exploradas, como YouTube, Facebook, Instagram e até mesmo no website da empresa que pode criar um blog dentro desse site para publicar textos relevantes para o seu público.

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