Por Alan Mariasch
Quando falamos sobre comunicação interna, estamos nos referindo a um mercado que movimenta milhões de reais todos os anos. De acordo com a última pesquisa sobre o tema, realizada pela Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), que analisou 179 das maiores empresas brasileiras, o total anual de investimentos na área é de aproximadamente R$ 230 milhões, representando 1/3 de toda a verba destinada à comunicação corporativa. Isso é um indicador positivo e demonstra que as organizações estão buscando se comunicar melhor com seus colaboradores, mas nos traz alguns questionamentos.
Na atualidade, não faz mais sentindo executar um plano de comunicação interna focado apenas no emissor, no caso a própria empresa. Foi-se o tempo em que o receptor era estático e passivo: por meio do mais simples smartphone, qualquer funcionário pode inverter os papéis do processo comunicativo e tornar-se um produtor de conteúdo, seja através do Whatsapp, Youtube, Facebook ou de outra rede social. Sendo assim, para as organizações que ainda não se atentaram à nova realidade, fica a pergunta: a sua comunicação realmente está engajando seus colaboradores?
Por comunicar entende-se informar, revelar, relatar, disseminar, divulgar, publicar e noticiar. E engajar, especialmente no âmbito corporativo, quer dizer empenhar-se, dedicar-se, esforçar-se, lutar por. Dessa forma, não existe mais espaço para uma comunicação interna “de cima para baixo”, burocrática, que apenas divulgue notícias. Ela não motivará seus funcionários, não contribuirá para melhorar o clima organizacional e não reduzirá a taxa de rotatividade. E isso quer dizer que não basta apenas comunicar seus colaboradores sobre qual será o menu do almoço da semana, é necessário ir muito além: compreender exatamente quem é o seu público, dialogar com ele, saber quais são seus desejos e necessidades, e só então criar um plano estratégico com ações para engajá-lo. Um primeiro passo pode ser fazer uma pesquisa para descobrir o que eles gostariam de almoçar em cada dia, e ouvir suas sugestões.
Nesse sentido, muitas empresas começam a apostar, na medida do possível, no bom e velho diálogo direto para engajar. A mesma pesquisa da Aberje, citada anteriormente, aponta uma interessante tendência sobre o que é engajamento para as maiores empresas do Brasil: a comunicação face-a-face, uma das melhores ferramentas de diálogo com o público interno, está entre os quatro meios mais utilizados, com 68,7% da preferência dos gestores, acima do tradicional jornal impresso, com apenas 29,5%. Seja qual for o mecanismo de divulgação, o conceito de comunicação como via de mão dupla veio para ficar.
* Alan Mariasch é executivo de contas na Race Comunicação.
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